Caso da paramédica expõe um jornalismo oportunista e preconceituoso
Trabalhadora sexual discute a conduta deplorável do New York Post.
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Read MoreJornal de direita é criticado até por deputada norte-americana.
Read MoreÉ necessário para a manutenção do patriarcado que a prostituição seja sempre vista como a pior ocupação para uma mulher.
Se fosse diferente cada vez mais mulheres estariam do lado de cá, negando aos homens algo que eles sempre exigiram de graça, com sorriso no rosto, casa limpa e comida pronta. Isso quando não tomam de nós à força.
Laura Lee
Você pode se reconhecer em algumas das coisas que estou prestes a dizer. Você pode não se reconhecer completamente – em todo caso, obrigada, amigo. Estou enormemente inspirada em Panti Bliss e seu maravilhoso filme “Rainha da Irlanda”, em sua luta pelo casamento igualitário para a comunidade LGBT e quero mostrar meu reconhecimento.
Hoje em dia, se revelar uma trabalhadora sexual é como se revelar um homossexual nos anos 1970, mais notadamente na Irlanda. Eu experiencio de tudo, da inquietação à minha volta até medo, ódio explícito e violência aberta. Putafobia, e o estigma intrínseco, podem matar.
Talvez não tenha causa que me sensibilize mais e desperte mais minha solidariedade do que a das trabalhadoras sexuais. Talvez porque historicamente mulheres transexuais e travestis estiveram (e estão) ligadas ao trabalho sexual quer queiram, quer não.
Read MoreClara Lobo
Dias atrás, uma amiga me confidenciou ter ouvido, no vestiário do dojo de artes marciais que frequento, uma conversa de quatro moças sobre a minha pessoa. Elas comentavam que eu era uma vagabunda por ter feito sexo com um dos colegas. Puseram-se a enumerar meus outros defeitos: eu era feia, não tinha peito nem bunda… enfim, elas não entendiam o que o rapaz vira em mim. Duas delas namoravam colegas do dojo, o que, no meu parco e parvo entendimento, fez-me crer que elas também tivessem feito sexo com eles, mas quem sou eu para alegar tal similitude de ações se eu era indubitavelmente a vagabunda, enquanto elas, indubitavelmente, não?
Das melhores coisas que me aconteceram durante este período em que estive trabalhando como prostituta, e me expondo, mantendo pouco segredo e distância entre a minha vida pessoal e profissional, foram as amizades que conquistei. Conheci gente das mais diversas atividades e idades, seja nos programas, seja em eventos ou encontros de internautas. Conheci muita, muita gente legal mesmo – mas também aprendi assim que nem todas as pessoas que se aproximavam eram verdadeiramente isentas de preconceitos. Muitas simplesmente fascinadas pelo (que consideram ser) ‘underground’ ou pelo que de exótico conseguem perceber na figura de uma prostituta que escreve acabam se aproximando sem abrir mão de estereótipos e conceitos endurecidos do que pensam que somos. Da dificuldade de nos enxergarem como mulheres normais e iguais, que apenas exercem uma atividade diferente, acabam surgindo determinados comportamentos que em si trazem o preconceito velado.
Read MoreEJ Dickson
Todos os anos, o Manual de Estilo da Associated Press, considerado o guia de estilo de referência para jornalistas e estudantes de jornalismo, pede sugestões de revisões e palavras novas para sua edição anual. Muitas dessas palavras novas são gírias e termos da cultura popular, mas outras sugestões vêm daqueles que pressionam pela atualização de termos ultrapassados ou politicamente incorretos. Exemplo: a campanha no Twitter para que os editores da Associated Press substituam a palavra “prostituta” por “trabalhadora sexual” em seu Manual de Estilo de 2015.
Relatório aponta que o comércio do sexo se retraiu durante o torneio e não houve aumento substantivo nem da prostituição nem da exploração sexual de menores que pudesse ser atribuído ao crescimento do comércio do sexo por efeito da presença massiva de turistas sexuais.
Read MoreJarid Arraes, para a revista Fórum
Na última quarta-feira, o site da Rede Metropolitana de Rádio noticiou a morte de uma travesti. Ela, que tinha apenas 23 anos, foi jogada na beira de uma estrada por um caminhoneiro que a procurou para um programa, mas acabou por roubá-la e descartá-la do caminhão em movimento. O homem é suspeito de ter agredido outras cinco travestis na cidade de Caçapava (SP). Ninguém se mobilizou para protestar contra o assassinato da travesti, que permanece anônima.